Por Maeve Nóbrega, especialista em marketing médico.
Há alguns anos, ninguém imaginava ser atendido virtualmente por um médico, fazer uma consulta de rotina através da tela do computador, enviar exames por e-mail e receber a devolutiva por aplicativos, por exemplo. E, embora muitos tenham sonhado com esse dia, ele chegou de repente e pegou todo mundo de surpresa.
A pandemia do novo coronavírus acelerou as mudanças no âmbito médico, e o paciente ficou confuso, sem saber se a consulta virtual teria o mesmo peso que aquele olho no olho; isso sem falar sobre as redes sociais e os aplicativos de mensagens que fazem parte do nosso dia a dia e que também entraram no meio dessa relação.
Ou seja, muita novidade. E como toda novidade causa estranheza e certa resistência, o risco de errar e de não aderir às mudanças, também cresceram. E como não podemos negar que as tecnologias digitais terão um grande impacto para a assistência de saúde da população, é preciso aceitar e aderir a essas novidades, mas com cautela, porque o que veio para contribuir e tornar mais ágil a relação médico paciente, não pode se tornar um pesadelo ou prejudicar o atendimento.
E a linha que separa isso, é muito tênue e os dois, tanto o médico, quanto o paciente não podem confundir essa relação, que deve se manter sempre ética e profissional. O paciente não pode querer uma consulta ou uma indicação de medicamento em uma conversa informal no WhatsApp, por exemplo. O atendimento deve continuar restrito às plataformas de telemedicina, com a devida atenção e cuidado.
O médico, em contrapartida, precisa ter uma agenda própria para estas consultas virtuais, com horários determinados e uma preocupação genuína com a velocidade e qualidade da internet, iluminação, som do microfone e as ferramentas adequadas para envio de guias de exames e receitas médicas. O paciente continua vindo até você, só que pelas ondas da Internet.
Por isso, nem o médico, nem o paciente, não podem confundir esse contato mais próximo com intimidade e as regras do atendimento precisam estar claras desde o começo. É o médico e a sua equipe que alertam o paciente como acontecerá a consulta. Ele precisa saber que nem sempre as dúvidas poderão ser sanadas nos aplicativos, que o objetivo delas não é uma consulta (exceto a de teleatendimento), mas que as outras colaborarão com o trânsito de informações que existirá após a consulta.
E para não derrapar ao sair utilizando as ferramentas disponíveis, a regra básica continua sendo o bom senso, o profissionalismo e o sigilo inviolável das informações de saúde, mantendo o caráter científico ou clínico desse tipo de interação profissional. No mais, é preciso estar sempre de olho nas regras, orientações sobre mudanças e adequações no atendimento do Conselho Federal e Regional, da sua especialidade. E boas consultas!
SOBRE MAEVE NOBREGA
Com experiência em estratégias de Marketing, Publicidade e Comunicação Empresarial, Maeve Nóbrega atua como CEO e CMO da empresa Marketing e Valor que orienta médicos e profissionais da saúde no posicionamento estratégico e aconselhamento de marketing através de estratégias para o desenvolvimento da reputação e conquista de clientes. A especialista é graduada em Publicidade e Propaganda com Especialização em Marketing, MBA em Gestão Empresarial e Gestão de Projetos pela FGV. Acesse: www.maevenobrega.com.br