Quem trabalha no setor de saúde, especialmente na área de radiologia, certamente já parou para pensar ao menos uma vez nos perigos que a exposição constante à radiação pode provocar na sua saúde. E também ficou interessado em entender por que a radiação causa mutações genéticas.
A afirmação de que a radiação causa mutações genéticas que, podem inclusive, tornar-se hereditárias, aumenta mais a necessidade de tomar medidas de biossegurança. Elas evitam o contato desnecessário com essas fontes e garantam a realização dos procedimentos sem qualquer prejuízo à saúde dos profissionais e pacientes.
Para esclarecer melhor o tema e dar dicas de biossegurança para quem trabalha diariamente com radiação, preparamos o artigo de hoje. Acompanhe a leitura!
Afinal, por que a radiação causa mutações genéticas?
Para responder a essa pergunta é importante ter em mente que a exposição à radiação não é, por si só, causadora de mutações genéticas e nem mesmo nociva ao ser humano.
Isso porque os efeitos da radiação dependem fundamentalmente de fatores como periodicidade, fracionamento e tipo de exposição. De maneira geral, a radiação pode provocar dois tipos de dano ao corpo humano:
a destruição da célula pelo calor, que danifica a pele e pode causar lesões mais graves do que aquelas causados por uma queimadura pela exposição ao sol;
a fragmentação ou ionização da célula, que causa a mutação genética.
No caso da fragmentação ou ionização celular, assunto abordado nesse artigo, o problema é provocado pela alta energia cinética das partículas radioativas. Elas, ao se movimentarem rapidamente, podem atingir as células, provocando a ionização. E é assim que a radiação causa mutações genéticas.
Formas de mutações genéticas
Ocorre que as células transformadas em íons podem acabar removendo elétrons. Isso enfraquece as ligações e provoca as mutações genéticas que podem acontecer de três formas diferentes:
mutações pontuais, que causam alterações na sequência de bases do DNA;
aberrações cromossômicas estruturais, que provocam quebra nos cromossomos;
aberrações cromossômicas numéricas, que geram o aumento ou diminuição no número de cromossomos.
Os efeitos dessas mutações genéticas no corpo humano são variados. A extensão dos danos provocados à saúde é determinada não só pela dose e pelo tempo de exposição, como também pela região do corpo mais atingida. Os pulsos, por exemplo, são mais resistentes à radiação, enquanto a medula óssea é uma das regiões mais sensíveis.
Tumores malignos
Na literatura médica, a formação de tumores malignos é um dos problemas mais frequentemente associados a exposição à radiação. Infecções provocadas por agentes oportunistas, depressão do sistema sanguíneo, esterilidade temporária ou permanente e, em casos mais graves, danos no sistema nervoso e cardiovascular que podem levar o indivíduo à morte também figuram como enfermidades associadas.
Radiação causa mutações genéticas que podem ser hereditárias
O problema é tão grave que pode afetar até mesmo as futuras gerações daqueles que forem atingidos pela radiação.
De acordo com um estudo publicado na revista da Academia Nacional Norte Americana de Ciência, as mutações genéticas provocadas pela radiação podem ser transmitidas até a terceira geração.
Além de deixar os cientistas em estado de alerta quanto ao possível aumento do número de casos de câncer e outras doenças, a informação surpreendeu os pesquisadores.
Isso porque estudos anteriores não haviam comprovado essa relação nem mesmo entre descendentes de pessoas expostas a níveis severos de radiação, como moradores de Hiroshima, cidade que foi alvo de um ataque com bomba atômica, ou de Chernobyl, palco de um acidente nuclear de grandes proporções.
O que fazer quando o seu trabalho envolve radiação
Para evitar que os efeitos da radiação prejudiquem quem trabalha diretamente com ela, é importante estar atento às normas de biossegurança. Elas são um conjunto de medidas e boas práticas que têm como objetivo diminuir os riscos inerentes a uma determinada atividade.
No que diz respeito à área de saúde, a biossegurança está voltada principalmente para os riscos físicos e químicos, a segurança das instalações de trabalho e ao controle da exposição a agentes patogênicos.
Negligenciar as medidas biossegurança pode trazer problemas graves de saúde. Por isso, é importante estar atento à alguns cuidados simples, mas que podem fazer toda a diferença. Saiba quais são eles.
Minimize o tempo de exposição
Diminuir tanto quanto possível o tempo de exposição é um dos princípios fundamentais da proteção radiológica, uma vez que quanto maior o período, maior a dose de radiação recebida. A radiação causa mutações genéticas entre outros malefícios graves, precisa-se minimizar ao máximo a exposição.
É importante lembrar que o tempo de dose for dobrado, o quantitativo também será. Por isso, nunca se exponha à radiação por períodos além do que for estritamente necessário para a realização do procedimento médico.
Aumente a distância da fonte de radiação
Como a exposição à radiação diminui conforme aumenta a distância entre a fonte e o indivíduo, é importante que profissionais que trabalham com radiação diariamente mantenham a maior distância possível para garantir a sua segurança.
Jamais abra mão dos equipamentos de proteção
Por último, mas não menos importante, lembre-se de que usar equipamentos de proteção que ofereçam uma blindagem contra a fonte de radiação é uma das medidas de biossegurança mais efetivas. Por isso, jamais realize procedimentos sem utilizar os equipamentos de blindagem adequados.
Como você pode ver, a exposição prolongada é um fator de risco. Lembre-se sempre: a radiação causa mutações genéticas, acarretam em danos à sua saúde e até mesmo de futuras gerações.
Por isso, é essencial ficar atento às normas de biossegurança ao realizar procedimentos que envolvam radiação para garantir que a realização de suas atividades ocorra sem qualquer prejuízo ao seu bem-estar.
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