Desenvolvido para regular o ritmo e frequência de batimentos em portadores de alterações cardíacas, o marcapasso sofreu evoluções significativas ao longo dos anos. Os primeiros modelos, maiores e mais pesados, perderam dimensões e ganharam uma série de funcionalidades. E isso se traduziu em mais conforto e segurança para os pacientes. Saiba mais sobre a evolução tecnológica do marcapasso!
A história do marcapasso
A ideia de reanimar o coração utilizando descargas elétricas surgiu pela primeira vez no século XIX, quando médicos europeus fizeram os primeiros testes em condenados recém-decapitados.
Em 1882, o cardiologista alemão Hugo von Ziemssen obteve sucesso ao realizar as primeiras simulações usando estímulo elétrico no miocárdio. No entanto, foi só em 1930 que o médico norte-americano Albert S. Hyman desenvolveu aquele que seria o precursor do marcapasso.
O equipamento — que pesava 7 quilos, era movimentado por um relógio e precisava de corda a cada 6 minutos — conseguiu reanimar o coração de um paciente com descargas elétricas que eram conduzidas do aparelho para o tórax por meio de uma agulha. No entanto, a versão inicial era pouco segura, já que poderia potencialmente eletrocutar o usuário.
Quase 30 anos depois, em 1958, o sueco Rune Elmqvist desenvolveu para o cirurgião Ake Senning um modelo muito mais leve e seguro, composto de um marcapasso com transistores de silício para ser implantado sob a pele.
O aparelho, que pesava cerca de 60 gramas e funcionava com baterias de níquel e cádmio, foi usado pela primeira vez em outubro deste mesmo ano, em um paciente de nome Arne Larsson.
O marcapasso na atualidade
Desde que o primeiro marcapasso foi implantado em Larsson, o aparelho vem passando por sucessivos aprimoramentos. Dos 60 gramas iniciais, ele passou a pesar entre 13 e 20 gramas e há até mesmo modelos de tamanho equivalente ao de uma moeda.
Os marcapassos mais modernos são geralmente compostos por uma caixa de titânio com um circuito eletrônico movido a bateria e de um ou dois cabos com eletrodos que são conectados no local para o qual se pretende enviar os impulsos elétricos.
Em versões mais atuais, o aparelho, que é implantado entre a pele e o músculo, pode inclusive ser monitorado a distância pelo médico, via notebook ou smartphones. A vida útil do marcapasso gira entre 7 a 12 anos e a bateria é recarregada por indução magnética.
Em geral, o marcapasso pode ser divididos em 3 tipos no que diz respeito ao seu modo de funcionamento:
Convencional: o modelo é utilizar para monitorar a frequência cardíaca e fazer os ajustes para que os batimentos cardíacos atinjam um patamar considerado normal. Por isso é, em geral, o modelo escolhido para pacientes com bradicardia, condição que deixa os batimentos do coração mais lentos que o habitual.
Cardiodesfibrilador implantável: além de corrigir o ritmo cardíaco, o aparelho é capaz de detectar uma parada cardiorrespiratória e enviar impulsos elétricos de alta intensidade para que o coração volte a funcionar. Em geral, é implantado em pacientes portadores de taquicardia ventricular, condição que pode provocar a morte súbita por arritmia.
Ressincronizador: o aparelho envia impulsos elétricos que ajudam a manter a sincronia no bombeamento de sangue do ventrículo. Esse é o tipo mais indicado para pacientes com insuficiência cardíaca congestiva.
Entre as recomendações mais comuns para os portadores de marcapasso está evitar colocar celular e outros aparelhos eletrônicos, como reprodutores de MP3, próximo da região onde o aparelho foi implantado. Também é recomendado manter distância do microondas e, é claro, evitar pancadas bruscas na área.
No entanto, excetuando-se alguns poucos cuidados, os portadores de marcapasso podem levar uma vida normal e bastante ativa.
Evolução tecnológica do marcapasso
Com o desenvolvimento da tecnologia, os aparelhos de marcapasso estão cada vez mais sofisticados e com funções que facilitam o dia a dia dos pacientes.
Alguns modelos recém-chegados ao Brasil, por exemplo, conseguem contornar uma limitação tradicional do aparelho. Em geral, versões mais antigas impedem a realização de exames como o de ressonância magnética. Isso porque o marcapasso pode aquecer, se deslocar ou perder sua programação durante o procedimento.
Os novos aparelhos conseguem reconhecer automaticamente quando o portador do marcapasso entra no campo de ressonância magnética. E com isso fazer uma adaptação que viabiliza o exame. Mas para isso é necessário fazer uma programação prévia.
Assim que o exame é concluído, o marcapasso volta ao modo padrão de funcionamento, garantindo total segurança do paciente.
Além disso, a vida útil da bateria do aparelho também tem aumentado progressivamente. Em modelos mais modernos de marcapasso, dependendo dos parâmetros de programação, ela chega a durar até 14 anos.
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