Especialidade médica que ganhou mais importância nos últimos anos pelo aumento da busca pela longevidade e melhora na qualidade de vida, a nutrologia contribui para a manutenção da saúde com o tratamento para diversas doenças, como hipertensão, doenças autoimunes, distúrbios metabólicos, e o assunto de hoje, o tratamento do diabetes Mellitus.
Afinal, além de atuar na prevenção de doenças com a nutrição adequada, o nutrólogo tem como responsabilidade realizar o diagnóstico e tratamento de doenças que podem ser causadas por distúrbios nutricionais.
Dessa forma, o profissional que se especializa em nutrologia, tem como foco a promoção da longevidade e a melhora da qualidade de vida ao atuar no acompanhamento do estado nutricional. Assim, compreendendo a fisiopatologia das doenças associadas. Continue a leitura conosco para conferir o papel da terapia nutricional no tratamento do diabetes Mellitus.
Diabetes Mellitus x estado nutricional: qual a influência no metabolismo?
Pela incapacidade do organismo em utilizar a glicose como fonte de energia e, consequente, ausência da substância no corpo, ocorre a quebra das proteínas e gorduras para utilizá-las como uma fonte energética.
Assim, essa alteração no metabolismo frequentemente causa perda de peso e comprometimento do estado nutricional. Dessa maneira, resultando em quadros de hiperglicemia grave, cetose metabólica e até coma.
A falta de controle clínico de paciente com diabetes causa alterações da homeostase metabólica e pode levar ao aumento das necessidades calóricas e proteicas induzidas pelo catabolismo.
Ajuste na medicação
Além disso, modificações realizadas nas medicações ou diminuição do apetite podem causar a descompensação da doença. A hiperglicemia pode comprometer o sistema imunológico. Desse modo, aumentando os riscos para infecções, doenças cardiovasculares, morbidade e mortalidade dos pacientes portadores de diabetes Mellitus.
Dessa forma, no tratamento da diabetes Mellitus, a glicemia sanguínea dos pacientes, seja em níveis ambulatoriais ou hospitalares, deve ser mantida sob controle para evitar grandes influências no metabolismo.
O estado nutricional pode impactar no desenvolvimento do Diabetes Mellitus?
O estado nutricional afeta o desenvolvimento e a evolução do diabetes. O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para o desenvolvimento tipo 2. Já para pacientes com sobrepeso e resistência à insulina, recomenda-se no tratamento do Diabetes Mellitus a perda de peso. Assim, ocasionando a redução da resistência à insulina.
Dessa forma, a perda de peso e mudança no estilo de vida, como prática de atividades físicas regularmente e redução do consumo de gorduras saturadas pode reduzir a prevalência do diabetes tipo 2.
Quando a terapia nutricional está indicada?
No tratamento do Diabetes Mellitus, a terapia nutricional é indicada para pacientes seguindo as mesmas indicações para não diabéticos. No entanto, como esse grupo específico, normalmente, é recomendável uma dieta alimentar específica.
No entanto, alguns fatores podem interferir na manutenção do estado nutricional desse paciente, como o aumento das necessidades nutricionais pelo estresse catabólico, uso de medicamentos que interferem no controle glicêmico e supressão do apetite pela doença.
Por isso, a terapia nutricional deve ser ajustada em todos os casos em que o paciente não conseguir atingir seus objetivos.
Além disso, é necessário seguir as indicações para pacientes não diabéticos, sempre atentando-se para casos de alterações na glicemia, estresse catabólico e falta de apetite.
Como a terapia nutricional deve ser implementada no tratamento do Diabetes Mellitus?
No tratamento do diabetes, as necessidades individuais devem ser individualizadas, sem que ultrapasse 35 kcal/kg/dia e permanecendo de preferência abaixo de 25 kcal/kg/dia.
Ainda que os carboidratos elevem a glicemia no período pós-prandial de forma mais acentuada que proteínas e lipídeos, é imprescindível fazer parte da composição de qualquer que seja a terapia nutricional instituída.
Terapia enteral
Para a terapia enteral, o nutrólogo utiliza formulações padrão, em que carboidratos preenchem 50% do valor calórico total do conteúdo ou formulações especializadas, em que os carboidratos contribuem com 33% a 40% do valor calórico total.
Os lipídeos preferencialmente utilizados nas formulações enterais são os ácidos graxos monoinsaturados, visto que atuam na fluidez das membranas das células e na redução da resistência à insulina.
A utilização de fibras nas formulações enterais é encorajada no tratamento do diabetes pelas vantagens que o uso apresenta. Os benefícios sobre o controle glicêmico acontecem com altas quantidades ingeridas, ou seja, acima de 50 g/dia.
Na fórmula da nutrição parenteral deve conter a fonte dos carboidratos e de glicose e dextrose. A infusão dos carboidratos deve acontecer em, no máximo, 4 mg/kg/min.
Emulsões lipídicas mistas, que contenham ácidos graxos poliinsaturados e monoinsaturados, são as mais adequadas para uso exclusivo do que emulsões que tenham somente ácidos graxos poliinsaturados. O motivo é o efeito benéfico que as gorduras monoinsaturadas apresentam no perfil lipídico. Além do controle glicêmico, objetivo principal para a terapia nutricional no tratamento do diabetes, o nutrólogo também considera metas, como:
- manter níveis ideais de lípides plasmáticos e pressão do sangue, ofertando energia de forma adequada para melhorar a recuperação;
- fazer uso de terapias que tratam também doenças associadas à diabetes, como doenças cardiovasculares, hipertensão e outras;
- usar um plano alimentar nutricional adequado, visando à melhora e restabelecimento da saúde;
- oferecer treinamento para que o paciente em tratamento tenha controle da glicemia e complicações da diabetes.
Como se faz o controle glicêmico de pacientes em uso de terapia nutricional parenteral?
Em pacientes em uso de terapia nutricional parenteral o controle glicêmico deve ser realizado por meio de administração contínua de insulina. Embora a mesma possa ser acrescida à solução parenteral, a administração endovenosa por acesso separado pode ser mais segura. Assim, permitindo a realização de ajustes conforme a glicemia sanguínea.
O que considerar ao escolher uma pós-graduação em nutrologia?
O curso de pós-graduação em Nutrologia pode ser encontrado atualmente em diferentes modalidades. Contudo, antes de escolher uma instituição de ensino, o médico deve verificar aspectos relacionados ao curso, como seu cadastramento e reconhecimento pelo MEC (Ministério da Educação) e se o curso de medicina oferta subsídios suficientes para oferecer uma pós-graduação de qualidade.
Visto que essa área envolve assuntos de extrema relevância para a formação profissional e desenvolvimento profissional durante a pós-graduação em nutrologia, é essencial que o médico busque uma instituição que esteja de acordo com os aspectos citados, assim como o IEFAP.
Na leitura de hoje, você conferiu a importância do nutrólogo ao desenvolver a terapia nutricional diante do tratamento do diabetes, melhorando a qualidade de vida do paciente, seu quadro clínico e contribuindo para a prevenção de outras doenças.
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