Com o aumento de pacientes reumatológicos, a reumatologia é uma área médica que cresce a cada dia, dedicando seus estudos a doenças que acometem tecidos conjuntivos, articulações, ossos, ligamentos e tendões. Contudo, muitas vezes as patologias reumatológicas não podem ser diagnosticadas exclusivamente por exames e testes.
Os exames físicos em pacientes reumatológicos são fundamentais para completar o diagnóstico adequadamente, além de auxiliar no acompanhamento dos quadros. A seguir, entenda a importância deste exame!
Qual o papel do exame físico no tratamento e diagnóstico na reumatologia?
Estudos estimaram que os exames físicos em pacientes reumatológicos se mostraram mais importantes para o diagnóstico e manejo de doenças como a artrite reumatoide, com confirmação de 86% de reumatologistas.
Já os testes laboratoriais foram estimados com apenas 16% de importância para estes diagnósticos e manejo. Esses números mostram a importância dos exames físicos em pacientes reumatológicos ao contribuir para diagnóstico e condutas para o tratamento adequado.
Por que estudar o exame físico na Reumatologia?
As doenças reumatológicas não afetam somente o sistema músculo-esquelético. Tão são atingidos tecidos conjuntivos como um todo. Dessa maneira, as manifestações das doenças podem se dividir em articulares e extra-articulares. Assim, o exame físico é uma conduta que se destaca, auxiliando no diagnóstico e manejo das doenças em pacientes reumatológicos. Motivos que aumentam a importância de estudar este método.
Tipos de exames físicos na Reumatologia
Os exames físicos na reumatologia são utilizados para avaliar diferentes fatores, como movimentos, regiões do corpo, articulações, e características. Os principais tipos de exames físicos avaliam:
- amplitude de movimento: ativo ou passivo, se são iguais ou se há discordância da dor quando movimento ativo e passivo;
- contagem de articulações: usados para avaliar evolução de doenças reumáticas, conta a quantidade de articulações envolvidas;
- avaliar marcha e posição em pé: avaliar coluna e desvios (lordose, escoliose cifose, assimetria), pés planos, movimento da coluna, atrofias musculares;
- coluna cervical: pode ser avaliada em pé ou sentada;
- abdução: completa, rotação interna e externa, abdução contra resistência do ombro;
- cotovelos: flexão, extensão, bursas, epicôndilos, nódulos;
- punhos e mãos: deformidades, atrofias;
- coluna lombar: testes de compressão radicular, teste para sacroilíacas;
- quadril: bursite, movimentos (flexão, rotação interna e externa)
- joelho: edema de tecidos moles, testes para derrame articular, teste de compressão patelar, região poplítea, estabilidade, crepitação, doença degenerativa, bursas;
- pés e tornozelos: movimentos do tornozelo e articulações do pé;
- características extra-articulares: nódulos ou alterações na unha, rash, úlceras em pernas, sinais pleurais ou pericárdicos, anormalidades neurológicas e pulsos.
Perguntas que devem ser respondidas no exame físico
Durante a realização dos exames físicos em pacientes reumatológicos, algumas perguntas devem ser respondidas, de forma a complementar a investigação e aumentar as informações para um diagnóstico adequado. Entre elas, estão as seguintes questões:
- Isso é normal? (Anatomia / função / amplitude de movimento / dor);
- Qual é a anormalidade? (Estrutura envolvida: articulação / músculo / tendão);
- Qual a natureza da anormalidade? (inflamação / deformidade / inervação);
- Qual o padrão de distribuição?
- Monoartrite?
- Oligoartrite?
- Poliartrite?
- Pequenas articulações?
- Grandes articulações?
- Membros inferiores?
- Membros superiores?
- Qual a simetria? (envolvimento articular assimétrico: espondiloartropatias, envolvimento simétrico do mesmo grupo de ossos em simetria, como artrite reumatoide).
Exame de Screening – GALS
O exame de triagem GALS (sigla em inglês para marcha, braços, pernas e coluna) visa identificar se alguma das articulações está anormal, a natureza da anormalidade, sua extensão e o envolvimento articular.
Gait – Marcha
Durante a avaliação da marcha, o médico deve observar o paciente caminhar alguns metros em sua direção e no sentido oposto. Analisar alterações no movimento dos braços, pelve, quadril, joelhos, tornozelos e pés.
Além disso, avaliar postura e simetria dos ombros, braços, glúteos, coxa e panturrilhas, alinhamento da coluna, altura das cristas ilíacas extensão de cotovelos e joelhos, e anormalidades nos pés.
Arms – Braços
Na avaliação dos braços, o especialista deve pedir que o paciente ponha as duas mãos atrás da cabeça, com cotovelos alinhados ao corpo. Solicitar o posicionamento dos braços estendidos à frente, palma da mão para baixo (pronação) com dedos abertos.
Depois, palma para cima (supinação), observando a musculatura intrínseca, deformidades, desvios e artrites. Em seguida, deve pedir para o paciente fechar as mãos e avaliar deformidades.
Ao pedir para o paciente apertar seus dedos e tocar o polegar com cada um de seus dedos, o médico avaliará a força de preensão e se há presença de inflamação em metacarpofalângicas.
Legs – Pernas
Para a avaliação das pernas no exame físico, o paciente deve estar deitado, facilitando a visualização de deformidades. O médico então deve fazer a flexão e extensão dos joelhos, observando crepitações e edemas, além de pesquisar deformidades, calosidades e desvios nos pés.
Spine – Coluna
Para a avaliação da coluna, o paciente deve estar em pé, permitindo a observação da simetria e deformidades. O reumatologista deve solicitar ao paciente que flexione lateralmente o pescoço para ambos os lados.
Em seguida, posicionando dois dedos na coluna lombar, deve pedir que o paciente tente tocar o chão sem flexionar os joelhos. Os dedos do examinador devem se separar e pressionar o ponto médio dos supraespinhais.
Pós-graduação em Reumatologia IEFAP
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