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Exame neurológico e análise de reflexos na Neurologia: qual a sua importância?

Desenvolvido há mais de um século, o exame neurológico continua sendo a principal ferramenta para a identificação e análise dos distúrbios que afetam o sistema nervoso no indivíduo. Por meio de métodos relativamente simples, o exame avalia o funcionamento do cérebro, medula espinhal e nervos, revelando possíveis problemas que possam impedir que esses tecidos coordenem corretamente suas tarefas no organismo.

Para que o paciente seja analisado adequadamente, médicos clínicos, neurologistas e outros profissionais devem conhecer a dinâmica deste importante exame para a neurologia. No post de hoje, você vai acompanhar um pouco mais sobre uma das etapas de avaliação deste exame: a análise de reflexos neurológicos. Boa leitura!

O que é um exame neurológico?

O exame neurológico é uma avaliação clínica, realizada de forma não invasiva, com o objetivo de identificar e dimensionar possíveis transtornos que afetam o sistema neurológico do paciente.

Composto por uma série de testes físicos que avaliam a função das estruturas responsáveis pelo funcionamento do corpo, o exame neurológico é dividido entre etapas como anamnese, nível de consciência, equilíbrio, sensibilidade e reflexos, assunto que será tratado neste artigo.

Ainda que o exame neurológico seja prioridade para casos de trauma, concussão, suspeitas de tumor ou acidente vascular cerebral (AVC), o teste é realizado também em pacientes internados por outras causas.

O que é o reflexo?

O movimento de reflexo é aquele que, quando provocado, apresenta resposta involuntária à excitação. O reflexo é uma das etapas utilizadas no exame neurológico que envolve a reação corporal automática à estimulação. Sem envolver ordens do cérebro, as respostas ao reflexo seguem por nervos sensitivos até a medula espinhal, lugar onde são transmitidas a um nervo motor. 

Qual o objetivo do exame neurológico de reflexo?

O objetivo da etapa de reflexo no exame neurológico é avaliar, por meio de um estímulo, a via sensitiva, conexão com unidade motora, neurônio motor, contração muscular ou algum outro elemento fator. 

Dessa forma, o reflexo confirma ou não sua presença, se há normalidade ou se apresenta sinais de influência de centros superiores. Quando há ausência, se o defeito é em via sensitiva ou motora do arco, e se as alterações unilaterais, bilaterais, afetam todos os reflexos ou podem detectar um nível segmentar.

Tipos de reflexos

No método de exame neurológico, existem diferentes tipos de reflexos que devem ser avaliados. Em adultos e idosos, os reflexos são avaliados para observar a existência de possível degeneração neuromotora ou compor diagnósticos e reforçar suspeitas de doenças.

Já bebês, os reflexos do exame neurológico acompanham a investigação sobre a evolução do desenvolvimento infantil, assim como a normalidade de suas funções básicas. Além disso, verifica-se a necessidade de possíveis intervenções para não ocorrer comprometimento das habilidades da criança no futuro. Acompanhe os tipos de reflexo para exame neurológico.

 

Reflexos tendinosos profundos

O teste de reflexo tendinoso profundo, ou seja, de estiramento muscular, analisa as fibras aferentes, como conexões sinápticas no interior da medula espinhal, fibras motoras e vias motoras descendentes.

A diminuição desses reflexos ocorre quando há lesão no neurônio motor inferior. Já lesões no neurônio motor superior, aumentam estes reflexos. Nesse teste, são avaliados os seguintes reflexos:

  • flexores de dedos distais (C8);
  • mandíbula (5º par craniano);
  • bíceps (inervado C5 e C6);
  • joelho no quadríceps (L4);
  • braquial radial (C6); 
  • tornozelo (S1);
  • tríceps (C7).

Qualquer diminuição ou aumento assimétrico pode ser notado. Como forma de aumentar reflexos hipoativos, a manobra de Jendrassik pode ser aplicada: o paciente engancha uma mão na outra e puxa-as para separá-las enquanto um tendão no membro inferior é testado. Como alternativa, o paciente pode apertar os joelhos unidos, enquanto um tendão do membro superior é percutido.

Reflexos patológicos

Os reflexos patológicos são regressões e respostas primitivas que indicam a perda da inibição cortical. São formados pelos reflexos de Babinski, Chaddock, Oppenheim, reflexo orbicular dos lábios, de voracidade, de preensão, palmomentual, glabelar, Hoffmann e Tromner.

Os reflexos de Babinski, Chaddock e Oppenheim são responsáveis por avaliar a resposta plantar. O retorno normal ao estímulo é a flexão do hálux. Já a resposta anormal consiste na extensão do hálux acompanhada da abdução dos outros dedos, assim como da flexão de joelho e quadril. 

A reação de reflexo de origem espinhal indica desinibição espinhal causada por lesão de neurônio motor superior. Para pacientes sensíveis, a resposta do reflexo de Babinski pode ser mascarada com a súbita retirada do pé. Problema que pode ser solucionado ao testar reflexos de Chaddock e Oppenheim. Outros reflexos patológicos são:

  • reflexo orbicular dos lábios: ocorre quando, com percussão dos lábios por um abaixador de língua, ocorre o enrugamento dos lábios;
  • reflexo de voracidade: quando há movimentação da boca no sentido do estímulo ao tocar a região lateral do lábio superior;
  • reflexo de preensão: presente quando ocorre o toque delicado da palma do paciente, causando flexão de dedos para segurar o dedo do examinador;
  • reflexo palmomentual: acontece quando a percussão na palma da mão provoca contração do músculo mentual ipsolateral em lábio superior;
  • sinal de Hoffmann: ocorre quando uma pancada leve na unha do polegar indicador instiga a flexão involuntária de falange distal de dedos médio e anular;
  • sinal de Tromner: semelhante ao sinal de Hoffmann, no entanto, com dedo é puxado para baixo;
  • sinal glabelar: quando a fronte é percutida com a indução do piscar. Normalmente, os primeiros 5 estímulos provocam um piscar único, seguido de fadiga do reflexo. Quando persistente, está presente a disfunção cerebral difusa.

Outros reflexos

Outros testes de reflexo no exame neurológico incluem a avaliação para clônus, a alternância rápida e rítmica de relaxamento e contração muscular causada por um estiramento passivo e súbito do tendão. Realizado pela dorsiflexão rápida do pé no tornozelo, o clônus quando sustentado sugere lesão em neurônio motor superior. 

O reflexo abdominal superior deve ser realizado tocando levemente os 4 quadrantes do abdome próximo ao umbigo com um bastão de madeira aplicador de algodão, ou mesmo uma ferramenta similar. 

A resposta normal para esse estímulo consiste na contração de músculos abdominais fazendo o umbigo se mover para a área tocada. A diminuição desse reflexo pode ser causada por lesão central, obesidade e flacidez de músculos esqueléticos. Já sua ausência, indica lesão de medula espinhal.

Testados durante o exame retal, os reflexos de esfíncter avaliam o tônus do esfíncter em níveis de raiz de S2-S4. É realizado com o examinador inserindo o dedo enluvado no reto, e solicitando que o paciente aperte. 

De forma alternativa, quando a região perianal é tocava levemente com algodão, a resposta normal deve ser a contração do esfíncter externo do ânus (reflexo de prega anal). Quando o tônus retal se torna frouxo, indica lesão espinhal aguda ou síndrome de cauda equina no paciente.

O reflexo bulboesponjoso, relacionado à musculatura superior do períneo, testa os níveis de S2-S4. Quando o dorso do pênis do paciente é repercutido, a resposta normal deve ser a contração do músculo bulboesponjoso. 

Por fim, o reflexo cremastérico avalia o nível L2. Com estímulo realizado na porção média da coxa (7,6 cm abaixo da prega inguinal), a resposta normal deve ser a elevação do testículo ipsolateral, com contração do músculo cremastérico.

Pós-graduação em Neurologia

Para a aplicação correta do exame neurológico com o objetivo de identificar síndromes, doenças e traumas, é essencial que o profissional esteja qualificado e especializado. Para isso, a pós-graduação em Neurologia é uma das melhores formas de se preparar para atuar nessa área tão complexa da medicina.

Voltado para médicos que desejam atuar na área neurológica, a pós-graduação em Neurologia do IEFAP oferece amplo conhecimento em distúrbios neurológicos, doenças musculares, miopatias e elementos para atuar em situações de emergência.

Tudo isso por meio de aulas ministradas por profissionais conceituados em um curso cadastrado e reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação).

A pós-graduação em Neurologia no IEFAP contribui para que o médico possa atuar de forma segura e qualificada, aplicando seus conhecimentos para o estabelecimento de diagnósticos ao utilizar métodos como o exame neurológico, desenvolver tratamentos adequados e reabilitar os pacientes oferecendo saúde e qualidade de vida.

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