Uma das doenças mais observada nos consultórios reumatológicos é a fibromialgia. Contudo, antes de chegar até essa especialidade, o paciente costuma passar por muitos outros médicos, sem receber a devida atenção aos seus sintomas, sem diagnóstico adequado e muito menos o correto tratamento da fibromialgia.
A falta de conhecimento profissional e disposição para se aprofundar nas queixas do paciente pode atrapalhar o diagnóstico correto dessa doença que afeta 10% da população mundial, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Para evitar o prolongamento do sofrimento dos pacientes, desenvolvemos o artigo de hoje com informações sobre o tratamento da fibromialgia, sintomas, causas e conduta profissional médica. Acompanhe!
O que é a Fibromialgia?
A fibromialgia é uma síndrome clínica que possui etiopatogenia ainda não esclarecida. Caracterizada por quadro de dores musculoesqueléticas crônica associada a outros sintomas, a FM pode ser confundida com diversas doenças reumáticas e não reumáticas.
A fibromialgia costuma aparecer ao longo da vida do indivíduo, geralmente no início da juventude ou da idade adulta. Sem cura aparente, a doença é variável, e muitas vezes inadequadamente definida.
Especialistas afirmam que as crises da fibromialgia estão relacionadas a gatilhos ambientais, psiquiátricos, e mesmo virais. Entre os gatilhos ambientais, estão inclusos traumas emocionais ou físicos, como estresse crônico, e até possível histórico de abuso físico/sexual.
Os fatores estressores psiquiátricos incluem a depressão, ansiedade, somatização e hipocondria. Além disso, doenças agudas também podem ser o gatilho para a fibromialgia. Ainda que os sintomas de dor em tecidos moles afetam músculos, ligamentos e tendões, não existem evidências de inflamação nesses tecidos.
Quais são os sintomas da Fibromialgia?
O principal sintoma da fibromialgia é a dor difusa, que pode envolver músculos, ligamentos e tendões. Em certos casos, o paciente refere-se à sensação de articulações inchadas.
Contudo, não existem sinais clínicos de artrite nas articulações doloridas, visto que o inchaço referido é apenas uma sensação, já que o edema é descartado ao exame físico.
Ao toque, as dores constantes podem piorar. Os sintomas da fibromialgia podem ser resumidos como a sensação de uma forte gripe que não passa. Ou seja, a sensação de dor no corpo, mal-estar, dores de cabeça e falta de energia.
Cansaço crônico é recorrente
Além disso, o cansaço é outro sintoma presente no paciente que busca tratamento da fibromialgia. A fadiga se apresenta mais forte no período da manhã, logo que a pessoa acorda. Contudo, também pode ser um grande incômodo no fim de tarde.
Esse cansaço matinal ocorre ainda que o paciente tenha dormido por mais de 10 horas durante a noite. Isso porque a sensação para essas pessoas é de um sono não revitalizante, sendo confirmada por uma das características da fibromialgia: o sono leve. Além de acordar muitas vezes na madrugada, o paciente relata dificuldade em voltar a dormir.
A pessoa com fibromialgia passa o dia sentindo falta de energia, com sensação de corpo pesado e dificuldades para se concentrar. Por esse motivo, é comum que a síndrome seja associada à fadiga crônica.
Outros sintomas
Outro sintoma comum da doença é a dor de cabeça do tipo enxaqueca, ou cefaleia tensional. Ela acomete mais de 50% dos pacientes com fibromialgia. Além desses sintomas, outras queixas que estão presentes na síndrome, são:
- sintomas sugestivos de síndrome do intestino irritável;
- dor musculoesquelética difusa por todo o corpo;
- flutuações constantes de peso;
- intensas cólicas menstruais;
- problemas de memória;
- alterações de humor;
- formigamentos;
- perda da libido;
- olhos secos;
- palpitações;
- depressão;
- ansiedade;
- dor pélvica;
- tonturas.
A associação entre a depressão e distúrbios de ansiedade com a fibromialgia é comum. Afinal, uma média de 70% dos pacientes com a síndrome vão desenvolver um destes distúrbios ao longo da vida.
Quais são as causas da Fibromialgia?
As causas da fibromialgia ainda não são conhecidas especificamente. No entanto, alguns fatores foram indicados como possíveis geradores da síndrome. Estudos recentes apontam que pacientes que sofrem com a fibromialgia costumam apresentar sensibilidade maior à dor.
Muitas vezes, a causa da fibromialgia pode estar relacionada a eventos na vida da pessoa, como traumas físicos, psicológicos ou infecções graves. É comum que o quadro tenha início com dores crônicas localizadas, progredindo para todo o corpo.
Atualmente, a síndrome é considerada um distúrbio da sensibilização aumentada do sistema nervoso central e disfunções de sistemas descendentes que inibem a dor. Antes de conhecer o tratamento da fibromialgia, acompanhe alguns facilitadores que também estão relacionados às causas:
- processo alterado no regulamento da dor no sistema nervoso central;
- mecanismos de dor periférica;
- sono, humor e cognição;
- predisposição genética.
Como é feito o tratamento da Fibromialgia na Reumatologia?
O tratamento da fibromialgia deve ser realizado com uma equipe multidisciplinar, que tenha um reumatologista, fisioterapeuta e psicólogo ou psiquiatra. É necessário entender a síndrome, eliminando pensamentos negativos relacionados e que muitas vezes são causados pelos sintomas.
Ainda que não tenha cura, o tratamento da fibromialgia a longo prazo oferece grande melhora dos sintomas, permitindo que o paciente possa manter qualidade de vida.
Doenças como a fibromialgia devem ser acompanhadas e avaliadas com frequência. Dessa maneira, o profissional pode entender quais são as terapias mais indicadas para cada caso, naquele determinado momento.
Piora dos sintomas
Ainda que o paciente sinta-se constantemente cansado, manter-se apático tende a piorar os sintomas. Além disso, o sedentarismo é um grande agravante de sintomas. Portanto, é importante incentivar a prática de exercícios físicos e aeróbicos para diminuir a intensidade das dores e sensação de cansaço.
Alguns estudos apresentam a prática de Ioga associada à meditação, como formas tão eficazes quanto os exercícios aeróbicos, contribuindo para aliviar o cansaço, dores e melhorar a qualidade de sono ao controlar a ansiedade. Outro importante alerta é em relação ao uso de álcool, cigarros e cafeína, que devem ser evitados.
Qual a conduta médica para a Fibromialgia na Reumatologia?
Segundo o Consenso Brasileiro do Tratamento de Fibromialgia, de 2010, o tratamento da fibromialgia deve ser dividido em medidas farmacológicas e não farmacológicas. As não farmacológicas são as orientações apresentadas acima.
Já as medidas farmacológicas, envolvem o uso de antidepressivos tricíclicos, e outras drogas como a duloxetina, moclobemida, milnaciprano, além de benzodiazepínicos para melhorar o sono.
É fundamental que o profissional utilize drogas que saiba manejar, mantendo-se atento a efeitos colaterais, assim como estar aberto ao diálogo com o paciente, como forma de ajustar as doses de acordo com seu bem-estar.
Pós-graduação em Reumatologia
Para o diagnóstico, cuidados de prevenção e tratamento da fibromialgia, assim como outras doenças reumatológicas, o profissional médico deve estar qualificado a exercer seu papel de especialista.
Isso se torna viável por meio do curso de pós-graduação em Reumatologia do IEFAP. Na especialização, o médico pode se preparar para oferecer aos pacientes um atendimento holístico e qualificado a pacientes com problemas clínicos de natureza reumatológica.
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