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Distúrbios do sono: entenda abordagem e tratamento na Cardiologia

Os distúrbios do sono são condições que afetam a capacidade do indivíduo de dormir bem e regularmente. Causados por diversos fatores que variam entre estresse aos problemas de saúde, os distúrbios do sono atingem mais de 73 milhões de brasileiros.

A falta de sono de qualidade causada por essa condição acaba afetando de maneira negativa a energia, humor, concentração e saúde. Afinal, quando não tratados, podem causar prejuízos cardiovasculares. Consequentemente, colocando em risco a vida do paciente. Para entender melhor os distúrbios do sono e sua relação com a Cardiologia, acompanhe nosso artigo até o final!

Distúrbios do sono: o que são?

Os distúrbios do sono são caracterizados por suas condições clínicas capazes de interferir de forma negativa no organismo, afetando particularmente o sistema cardiovascular. As consequências não se limitam somente ao período de sono, mas comprometem a qualidade de vida e contribuem para o surgimento de doenças.

Neurofisiologia do sono

De acordo com estudos eletrofisiológicos realizados nos anos de 1950, existem 2 tipos de estágios predominantes para o sono. O sono REM (rapid eyes moviment, ou movimento rápido dos olhos em inglês), e não-REM, dividido em 4 estágios. Durante uma noite normal de sono, acontecem de 4 a 6 ciclos, cada um com duração média de 90 minutos, indo do estágio não-REM para o REM.

Durante o sono REM, ocorre a consolidação da memória e aprendizado, já no sono não-REM, acontecem os processos restaurativos do sistema nervoso central, assim como, a recuperação e armazenamento de energia.

Vigília ou estágio 0

Este estágio é realizado com o indivíduo de 5 a 15 minutos na cama. Nele, estão presentes os movimentos aleatórios dos olhos e acentuado tônus muscular, assim como alto grau de atividade dos neurônios corticais.

Estágio 1

O estágio 1 pode ser alternado com a vigília antes de entrar no sono profundo. Durante este período, a melatonina (hormônio do sono) é liberada para sua indução. Aqui, o tônus muscular é reduzido.

Estágio 2

Assim como o estágio 1, essa fase pode ser alternada com a vigília antes que o indivíduo entre em sono profundo. Nesse período acontece a redução das atividades de neurônios corticais, diminuindo o ritmo cardíaco e respiratório, iniciando o sono leve. Além do relaxamento muscular, a temperatura do corpo cai.

Estágios 3 e 4

Os estágios 3 e 4 são caracterizados pelo sono profundo, quando as ondas delta se iniciam e ocorre maior diminuição do tônus muscular. Nessa fase, praticamente não há a movimentação dos olhos.

Fatores de risco

Os fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios do sono podem estar relacionados a diferentes causas, como histórico familiar, idade avançada, e sono REM excessivo em posição supina. Além disso, outros fatores relacionados, são:

  • variações anatômicas da face e vias aéreas;
  • aumento da circunferência cervical;
  • ingestão de álcool e sedativos;
  • aumento da cintura-quadril;
  • insuficiência renal crônica;
  • hipoplasia da mandíbula;
  • Síndrome de Down;
  • gravidez e roncos;
  • pós-menopausa;
  • sexo masculino;
  • hipotireoidismo;
  • acromegalia;
  • ·obesidade;
  • tabagismo;
  • Diabetes.

Tipos de distúrbios do sono

Os distúrbios do sono podem variar em diferentes tipos, sendo os principais a apneia do sono, insônia, síndrome das pernas inquietas, narcolepsia e sonambulismo. Conheça um pouco mais de cada um deles, a seguir.

Apneia do sono 

A apneia do sono é resultado de períodos de apneia, dessaturação e oxi-hemoglobina, resultando em despertares frequentes e apresentando sonolência diurna como consequência.

Essa condição acontece em todos os estágios do sono, especialmente no estágio 2 do não-REM e durante o sono REM, com tendência a ser mais longa e ter acentuada dessaturação arterial.

Apneia central

A apneia central é um evento que atende critérios de apneia, estando associados com a ausência do esforço inspiratório contínuo ou aumentado ao longo do período de ausência do fluxo respiratório.

Apneia mista

O evento a apneia mista deve atender critérios da apneia estando associada a ausência do esforço inspiratório contínuo ou aumentado no início, com retomada do esforço respiratório no final do período de ausência do fluxo respiratório.

Apneia obstrutiva

A apneia obstrutiva atende os critérios de apneia e associa-se ao esforço inspiratório contínuo ou aumentado ao longo de todo o período da ausência de fluxo respiratório no indivíduo.

Síndrome das Pernas Inquietas (SPI)

A síndrome das pernas inquietas é uma alteração neurológica sensório-motora com impacto na qualidade de sono e de vida da pessoa. Seu diagnóstico é feito por critérios essenciais que devem ser atendidos:

  •  desejo irresistível de movimentar as pernas acompanhado da sensação de desconforto em períodos de repouso que pioram a noite;
  • condições clínicas não explicadas, como estase venosa, mialgia, edemas nas pernas, desconforto de posição e cãibras.

Narcolepsia

Caracterizada pela sonolência diurna, a narcolepsia é um dos distúrbios do sono que pode apresentar ataque de sono, cataplexia (perda súbita da resistência muscular durante vigília) e anormalidades no sono REM.

A narcolepsia ainda é pouco diagnosticada, e costuma ter fatores genéticos envolvidos. O distúrbio é causado principalmente pela falta de proteína hipocretina no cérebro do indivíduo.

Sonambulismo

O sonambulismo costuma ocorrer com mais frequência durante a infância, sendo caracterizado por ações como falar, sentar ou mesmo andar por diversos ambientes da casa durante o estado de sono.

Fator que exige, muitas vezes, medidas de segurança para garantir que nenhum acidente de maior gravidade aconteça com a criança, ou mesmo adulto que desenvolve esse tipo de distúrbio do sono.

Insônia transitória ou de curto prazo

A insônia transitória ocorre geralmente após um evento estressante da vida do indivíduo. Além disso, a mudança de ambientes ou horários de trabalho variados também pode ser a causa para esse distúrbio.

Insônia crônica

Diferente da insônia transitória, a condição crônica é caracterizada pelo sono não restaurador, em que o indivíduo encontra dificuldades para adormecer e manter o sono em períodos maiores que um mês.

Consequências dos distúrbios do sono

Os distúrbios do sono podem ter consequências graves para a qualidade de vida e saúde do indivíduo. Além dos despertares frequentes, estão presentes a hipóxia intermitentes e alterações na pressão intratorácica.

Essas variações acabam desencadeando hiperatividade do sistema nervoso simpático, inflamação e disfunção endotelial. Além disso, a elevação na frequência cardíaca e na pressão arterial acontecem entre 5 a 7 segundos após o final da apneia.

Durante esse evento, ocorre a estimulação parassimpática com o retardo no ciclo de frequência cardíaca e bradiarritmia. Depois da abertura das vias aéreas, ocorre a elevação da frequência cardíaca, secundária à inibição do vago e ao microdespertar.

Com os esforços inspiratórios inefetivos, é acarretada a redução na pressão intratorácica e, consequentemente, aumentando a pressão transmural do ventrículo esquerdo. Além disso, algumas condições podem ser desenvolvidas, como:

  • descenso Pressórico do Sono e Apneia Obstrutiva do Sono;
  • alteração desempenho ventrículo direito;
  • alteração desempenho átrio esquerdo;
  • hipertensão arterial sistêmica;
  • alteração estrutural cardíaca;
  • cardiomiopatia hipertrófica;
  • insuficiência cardíaca;
  • síndrome metabólica;
  • fibrilação atrial;
  • aterosclerose;
  • bradiarritmia;
  • arritmia;
  • AVC.

Pós-graduação em Cardiologia 

Para que o médico possa diagnosticar e tratar condições cardiovasculares causadas pelos distúrbios do sono, a pós-graduação em Cardiologia é o curso que oferece a capacitação adequada.

Com ele, o profissional adquire visão e entendimento amplo da área no diagnóstico, prevenção, tratamento e reabilitação de distúrbios cardiológicos. Essa especialidade é uma das mais promissoras no país, com mercado de trabalho em grande expansão pela necessidade de profissionais capacitados.

O IEFAP oferece a pós-graduação em Cardiologia na modalidade Lato Sensu, levando ao profissional a chance de se destacar ao adquirir conhecimentos que contribuem para garantir a melhor assistência ao paciente.

Gostou das informações deste artigo? Então, saiba como a pós-graduação em Cardiologia do IEFAP pode contribuir para sua profissão conhecendo um pouco mais sobre a especialização!

 

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